terça-feira, 21 de abril de 2009

grito.

Um maço de cigarros, uma flor qualquer achada no meio da rua, um cd e alguns fins de tarde. Foi tudo que conseguiram trocar. E mesmo assim caíram no poço infindável do desejo absoluto.

Trocaram cartas e alguns (poucos) telefonemas. E não se tocaram. Nunca. Talvez por isso o desejo tenha aumentado com a distância. Por ainda não ter sido descoberto. E o desejo deles era apenas de mais um olhar, de mais algumas palavras que não foram ditas, de mais um abraço que não conseguiu ser o suficiente na despedida, de um único beijo para calar todas essas vontades.

O desejo é de um virá que não será amanhã, talvez nem depois, mas o desejo grita e porque grita existe. Mesmo o cigarro já tendo acabado e o cd tocado diversas vezes, os fins de tarde continuarão a esperar. O coração ainda pulsa e ponto final é uma coisa que não existe.

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