segunda-feira, 20 de abril de 2009

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Estou parada no meio de uma rua vazia em silêncio. Procuro a solidão. Eu queria me jogar no meio de uma chuva de tulipas nessa floresta louca cheia de prédios, carros, latidos e olhares foscos. Preciso me esvaziar. O que é estar em mim? Onde é meu estar em mim?

Meu onde é agora. Meu presente, meu passado sem conserto, meu álbum de fotografias amarelas e meu futuro que sorri bem ali naquela esquina. Opa, já está na outra.

Meu onde é aqui, exatamente onde estou. Com um olho que brilha e outro que pensa. Com o coração pulsando esperando o amor que vem, já foi, não volta, será que volta? Esperando o amor que existe em algum canto dessa chuva. Ele existe.

É preciso me esvaziar. De tantos outros que já percorreram esse corpo, esse lugar. Você imagina quanta coisa já passou por mim? Crisântemos, lírios, orquídeas, margaridas, que chegaram, murcharam, se foram.

Cadê a solidão? Solidão é estar em mim? Ou é um estado de estar para o mundo tão pleno que não cabe em si?

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